FNG na luta contra a vulnerabilidade social

Alessandra Floyer • 28 de agosto de 2020

Baseado no recorte racial e socioeconômico, a população negra é a que mais sofre durante a pandemia, pois, além da discriminação e do preconceito, muitos se encontram em estado de vulnerabilidade social

A Frente Negra Gaúcha (FNG) tem se dedicado às questões sociais do povo negro, pois entende que as desigualdades sociais ajustam-se fortemente ao processo de exclusão social. Não por outro motivo, tem, como missão, o compromisso de desenvolver comunidades e periferias, em seus aspectos sociais e econômicos, para a redução deste quadro sistêmico. 
A crise sanitária provocada pelo Covid-19 agravou ainda mais os problemas enfrentados pelas comunidades negras, que sofrem pelo alto índice de desemprego, entre outros problemas. Em seu planejamento estratégico, a FNG, por meio de sua Diretoria Social, atua nas comunidades periféricas de Porto Alegre realizando ações solidárias, promovendo eventos de aproximação com a comunidade. 
Conforme Silvio Garcias, diretor social da Frente Negra Gaúcha, “a pandemia deixou bem explicito, nas comunidades, a situação de desigualdade gerada sobre nossos irmãos negros. Imediatamente, percebemos que precisava ser feita essa ação”, justifica. 
Nesse período crítico, é visível a necessidade de o coletivo contribuir. Para tanto, a Frente Negra realizou uma campanha de arrecadação entre seus integrantes. A quantia obtida foi revertida em cestas básicas, que foram distribuídas entre quatro líderes comunitários ligados à FNG. 
“Esse trabalho coletivo mostra a dedicação que temos e a conscientização de querer captar recursos para atender a população mais vulnerável. Sabemos que uma cesta básica tem duração limitada, dependendo do tamanho da família, porém, nos preocupamos em conseguir o maior número de cestas possíveis” explicou Garcia. 
De acordo com Lidionei dos Santos, integrante da FNG, foi importante identificar as famílias mais necessitadas na Grande Cruzeiro, pois estavam precisando de cestas básicas naquele momento. “Nós realizamos um trabalho muito forte aqui, voltado às questões sociais e essa ação foi muito relevante, para ajudar 15 famílias que estavam necessitando”, comentou. 

Campanha 

Segundo dados da prestação de contas da campanha de cestas básicas da Frente Negra Gaúcha, a ação arrecadou o valor de R$ 3.436,06, com os quais foram adquiridas 60 cestas básicas tipo 1. O recebimento das cestas ocorreu no dia 16 de abril de 2020, na Avenida Joaquim Porto Villa Nova nº 143, Porto Alegre. Lá foram entregues 15 cestas para o Centro de Triagem Vila Pinto (Bom Jesus), sob a orientação da integrante Cris Medeiros; 15 cestas para a comunidade da Vila Mario Quintana, sob a orientação da integrante Elisandra Marques da Rosa; 15 cestas para a Comunidade Cohab Cavalhada, sob a orientação do integrante Celso Guimarães e 15 para a comunidade da Grande Cruzeiro sob a orientação de Lidionei dos Santos. 

Elizandra (FNG) entrega cesta básica para a família de

Francisca, na Vila Wenceslau Fontoura. Foto: Acervo

Conforme Elizandra Marques da Rosa, as famílias contempladas pelas cestas básicas são oriundas da Região Nordeste do País. “São famílias em extrema vulnerabilidade social”, relatou. As vilas atendidas foram Safira, Wenceslau Fontoura, Timbaúva, Recanto do Sabiá e Batista Flores, todas localizados no Bairro Mário Quintana e atendidas pelo Conselho Tutelar da microrregião. 

“O trabalho de arrecadação e distribuição de cestas básicas, vai além do ato de entrega, porque fazemos questão de informar que essa ação é voluntária. É responsabilidade do gestor público propor políticas excepcionais e na ausência destas, a doação se torna uma alternativa. Entretanto, precisamos ter esse entendimento e devemos cobrar destes gestores”, opina Silvio Garcias. 

Além dessa ação, foram distribuídos kits literários, voltados para as crianças, em  parceria com a poeta Fátima, do bairro Bom Jesus; máscaras, em parceria com a Cooperativa de Mulheres Negras da Bom Jesus (CooperArte); material informativo sobre ações de prevenção e combate, junto com as cestas básicas e o trabalho comunitário; atendimento à família que teve sua casa incendiada, por meio  do banco social em funcionamento na Bom Jesus. “Esta ação proporcionou uma reflexão sobre a conjuntura e o compromisso das pessoas em mudar essa situação. Isso é uma forma de conscientização”, esclareceu Cris Medeiros, conselheira tutelar, que há 20 anos faz trabalho comunitário.

Desemprego 



Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça”, mostra que pretos e pardos correspondem a 64% dos desempregados e 66% dos subutilizados. E no período da pandemia, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostra que o desemprego avançou de 13,5% e 12,6%, no quarto trimestre, para as pessoas que se declararam pretas e pardas.

Conforme Celso Guimarães, a entrega de alimentos foi fundamental para ajudar essas famílias, porque o índice de desemprego foi altíssimo na Cohab Cavalhada. “Muitos moradores da Cohab Cavalhada trabalham em restaurantes, em lojas. Com o fechamento por causa da pandemia, o índice de desemprego foi grande e muitas famílias começaram a passar dificuldade. Eu fiz um levantamento, através de dados informados pelo posto público, para saber quais famílias estavam mais necessitadas. Pois essa situação está muito difícil para as pessoas se manterem. Faz 2 anos que estou nessa ação social e hoje distribuo alimentos para as pessoas se manterem. Dia 18 de julho, vou fazer uma janta e entregar 150 quentinhas para as pessoas que foram parar embaixo do viaduto” relata. 

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