Mulheres da FNG: Viviane Pires

Frente Negra • 13 de novembro de 2020

Viviane Pires: por meio da educação, ela acredita que outro mundo é possível

Conhecida como professora Vivi, a nossa última perfilada desta série especial de reportagens é autodescrita como negra, mulher, 41 anos, filha de mãe atendente de nutrição e de pai pintor automotivo. Ela acredita no poder da educação, da saúde e da cultura.

Viviane Pires Silva é mãe de duas gurias, papel que passou a desempenhar aos 21 anos de idade, e cria do Leopoldina/Rubem Berta, local onde se desenvolveu. Teve uma infância muito feliz, cheia de brincadeiras que hoje já não sei mais tão conhecidas. “Para poder proporcionar o melhor, melhor no momento (que era o estudo), meus pais só me deram um irmãozinho quando eu já tinha 14 anos, e logo depois disso comecei a trabalhar como estagiária no CIEE”.
Formada em Magistério na Escola Salzano Liberato (Sarandi) e em Pedagogia – Licenciatura Plena pela PUCRS, Viviane Pires atuou como professora de Educação Infantil e Séries Iniciais, trabalhou em escolas públicas, municipais e instituições conveniadas.

Durante a graduação de Pedagogia, entre 2004 e 2009, foi estagiária na Prefeitura Municipal de Porto Alegre e funcionária da Instituição Acompar, onde iniciou como atendente de creche, passou a ser educadora social e depois professora.
Após incentivos e muita motivação, foi estudando e buscando qualificações. Realizava atividades com foco em educação e cultura de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Também participou de programas como o Mais Educação, Acelera e Se Liga, todos em escolas estaduais.

Foram os sonhos que impulsionaram e abriram os caminhos para a professora Vivi. Um deles era justamente este: se tornar professora! Antes disso, porém, fez cursos profissionalizantes: Nutrição, Datilografia, Enfermagem, Educador Social. 
Quando já estava estudando na PUCRS, trabalhava 8 horas por dia. Saía direto do serviço para a faculdade, e em meio a isso ainda era mãe, esposa, dona de casa, estudante e professora, fazendo exercícios do curso e preparando aulas para o dia seguinte. 

Com os pés no presente, sem perder de vista o futuro próximo e os sonhos que a motivam, Vivi acredita em uma educação mais igualitária para crianças e jovens, em uma saúde de qualidade e respeito e em uma cultura de oportunidades e acesso a todos. “Sonho em ver um mundo melhor e igualitário, onde todos nós, pretos e brancos, ricos e pobres, tenhamos oportunidades. Que minhas filhas e todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos possam ter também direitos assegurados e adquiridos”. 

Para Vivi, a educação é a base de tudo. E é da base que devemos tirar a força e a coragem necessária para transformar sonhos em realidade. A professora Vivi, que aprendeu com seus pais o valor e o poder do estudo, nos mostra que outro mundo possível.

Foto: Divulgação
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