Mulheres da FNG: Luciane Congo

Frente Negra • 11 de novembro de 2020

Luciane Congo: uma mulher na luta pela vida e pela Educação

A Frente Negra gaúcha destaca, neste mês de novembro, mulheres que por sua trajetória, luta e coragem, representam o esforço de todas aquelas que sonham e trabalham por um mundo mais digno e justo. A primeira perfilada é Luciane Pereira da Silva, conhecida como Luciane Congo, ou, para os mais chegados, Cuca Congo. Segundo ela, o nome é uma forma de resgate de uma história apagada. “Meu bisavô se chamava Octacilio Vieira Congo e minha avó Odete Vieira Congo. O sobrenome não foi repassado ao meu pai, mas é, de fato, nosso nome de família”, revela. Nesta entrevista, apresentamos um pouco mais da personalidade desta mulher, que tão bem representa as demais associadas da FNG.

Luciane Congo é pedagoga, professora da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, especialista em Educação Integral e sindicalista. Ela cresceu ouvindo seu pai narrando histórias sobre as circunstâncias em que sofreu racismo durante a infância pobre na Ilhota. “Ele contava que havia sido expulso da escola, pois reagiu , quando foi chamado de ‘macaco’, por um colega, no quarto ano. Ele lembra até hoje, aos 80 anos, e se emociona”, relembra.

“Minha família sempre teve um perfil contestador. Meu avô materno Belmiro Pereira fundou o primeiro Clube Negro em General Câmara; meu pai e minha mãe sempre participaram de ações comunitárias e coletivos negros. Aos 14 anos, Luciane Congo iniciou sua trajetória política, no Colégio Júlio de Castilhos, atuando no Grêmio Estudantil por duas gestões. “Participei de movimentos fortes do final da década de 80: Constituinte, Diretas Já, Movimento do Voto aos 16. Naquele momento, tomei parte da fundação da União da Juventude Socialista e participava dos congressos nacionais de estudantes”, comenta.

Já na universidade, primeiramente na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde chegou a cursar Psicologia, Congo participou de uma ação quanto ao aumento do valor da refeição do Restaurante Universitário, um movimento que acabou como caso de polícia e perseguição de muitos estudantes. Na Pedagogia do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi diretora do Diretório Central de Estudantes (DCE). Com o nascimento de seu primeiro filho, Ricardo, trancou a faculdade, começou a trabalhar como monitora da FEBEM, agora FASE, com jovens em privação de liberdade. Desde 1992 é filiada ao PCdoB.

No início dos anos 2000, Luciane Congo inicia uma militância mais orgânica no movimento negro e de mulheres, em especial de mulheres negras. Em 2003 forma-se em Pedagogia e no mesmo ano realiza concurso para a Prefeitura de Porto Alegre, sendo a primeira cotista a ingressar no serviço público municipal. “Nosso ingresso no serviço público desencadeou uma ação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) questionando a constitucionalidade das cotas. Então, nós, as primeiras 10 professoras cotistas, iniciamos uma luta acompanhadas por um advogado das nossas causas, Onir Araújo, além do apoio de colegas, na época, na Secretaria de Educação e nas escolas e mantemos as cotas no município”, afirma. Está história, inclusive foi tema de Dissertação de Mestrado na UFRGS. Bem, no magistério municipal participei de grupos de discussão e implementação da Lei 10639/2003 nas escolas , fui coordenadora da Educação Integral ( Mais Educação na EMEF Monte Cristo).

Desde 2016, Luciane Congo faz parte da direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (atualmente está licenciada). “Muito orgulho de uma categoria que resistiu e tem resistido ao governo Marchezan durante todo este período, sem dúvida dos piores prefeitos que esta cidade teve notícia. Protagonizou o desmonte e a precarização dos serviços públicos, desvalorização dos servidores, retirada de direitos, fechamento de escolas, postos de saúde, demissão de trabalhadores e trabalhadoras, falta de investimento, concurso público etc”, denuncia. No movimento sindical, Luciane Congo defende a educação integral, inclusiva e antirracista, a defesa do serviço público a valorização dos servidores e servidoras e o enfrentamento as desigualdades raciais. “Hoje, somos centenas de pessoas que participaram deste processo e tentam construir uma nova realidade para a Educação”, finaliza.

Foto: Divulgação
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No último sábado, dia 2 de dezembro, tomou posse a nova diretoria da Frente Negra Gaúcha, durante jantar-baile realizado nas dependências da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado. A data também marcou as comemorações do Dia Nacional do Samba. A pedagoga e defensora dos direitos humanos, Vanessa da Silva Mulet, assume a presidência em substituição a João Carlos Almeida dos Santos, que presidiu a entidade por duas gestões consecutivas. Mulet tem como vice-presidente, a bióloga e ativista negra Maria Cristina Ferreira dos Santos. O encontro foi marcado pela presença de grandes personalidades políticas, como das deputadas federais Reginete Bispo e Daiana Santos, que também comemoravam a mais recente conquista do movimento negro e de toda a sociedade, a aprovação da data de 20 de novembro como feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra, que passa a se chamar, agora, de Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, como forma de combate à luta antirracista, proposta do qual Reginete Bispo foi relatora, e que teve atuação marcante de Daiana Santos na composição da Bancada Preta da Câmara dos Deputados. A vereadora da Bancada Negra, Cuca Congo, também se fez presente.  A diretoria que irá comandar os destinos da entidade no biênio 2023-2025 está assim constituída: Presidente, Vanessa da Silva Mulet; Vice-Presidente, Maria Cristina Ferreira dos Santos; Secretária, Tânia Maira dos Santos; Substituta, Margarida Martimiano; Diretoria de Formação Política, Kleber da Silva Rocha; Substituto, Luís Carlos de Oliveira; Diretoria Social, Silvio Garcias; Substituto, Francisco Paiva Moreira; Diretoria Financeira, Eliane Carvalho Valcam; Substituto, Luís Carlos Souza dos Santos; Diretoria de Comunicação, Maria Helena dos Santos; Substituta, Aline Alves. No Conselho Fiscal, os Titulares são Euclides Martins Camargo, Édson Camargo da Cunha e Rogério Wanderley de Oliveira Ribeiro, tendo como Suplentes, Fábio Fonseca da Silva e José Guarassu Barbosa.
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No dia 16 de outubro, em Assembleia Geral foi eleita por aclamação a nova Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da Frente Negra Gaúcha, que tomará posse no dia 16 de novembro deste ano. O grupo que irá conduzir os destinos da FNG no biênio 2023/2025 está assim constituído: Presidência - Vanessa da Silva Mulet; Vice - Maria Cristina Ferreira dos Santos; Secretária – Tânia Maira dos Santos; Substituta – Margarida Martimiano; Diretoria de Formação Política – Kleber da Silva Rocha; Substituto – Luís Carlos de Oliveira; Diretoria Social - Silvio Garcias; Substituto - Francisco Paiva Moreira; Diretoria Financeira – Eliane Carvalho Valcam; Substituto – Luís Carlos Souza dos Santos; Diretoria de Comunicação - Maria Helena dos Santos; Substituta - Aline Alves. No Conselho Fiscal, os Titulares são Euclides Martins Camargo, Édson Camargo da Cunha e Rogério Wanderley de Oliveira Ribeiro, tendo como Suplentes, Fábio Fonseca da Silva e José Guarassu Barbosa.
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